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segunda-feira, 26 de março de 2012

A PESADA CONTA DO AMOR




Ao ler uma entrevista do escritor e psicólogo Roberto Goldkorn, onde ele fala do seu livro “Não te devo nada”, chamou-me atenção um trecho onde ele cita uma história corriqueira, nos relacionamentos. Mas, o que achei ainda mais interessante, é que este caso mostra o quanto uma pessoa, muitas vezes considerada emocionalmente frágil (no caso um alcoólatra), pode ser tão lúcido em determinadas questões, onde pessoas esclarecidas não conseguem.


Conta o escritor: "Num certo dia," ela me contou, referindo-se à pessoa que contou o caso, "encontrei-o na rua em frente de casa, caído, machucado... Levei-o para dentro com muito esforço, limpei-o, fiz-lhe curativos nos ferimentos, coloquei-lhe roupa limpa, dei-lhe um café forte e só aí ele acordou. Levou algum tempo para perceber o que havia acontecido, mas quando se deu conta, levantou-se, sentou-se na cama e, com o dedo apontado na minha direção, disse: "NÃO TE DEVO NADA! Você fez o que fez porque quis, eu não lhe pedi nada. Nunca me venha depois cobrar isso!"

Sorrindo, ela completou: "Mesmo de ressaca ele sempre soube que as verdadeiras boas ações não são investimentos que fazemos para podermos um dia resgatar com juros... Ao se libertar daquilo que seria uma dívida e por não se considerar um devedor libertou-me do incômodo papel de credora. Dessa maneira, continuamos sendo um homem e uma mulher que se amam e estão juntos apenas, e somente, por causa deste sentimento".


O amor, a amizade, o compartilhar, nos relacionamentos, sejam eles quais forem, produzem a compaixão, a generosidade, o perdão e a solidariedade, o andar lado a lado, e sempre exigem de nós a renúncia do Ego. O lado bom disso é que nos enriquece a vida! Muitos de nós têm feito perguntas sobre a transição para dimensões mais elevadas, porque está claro o desafio que enfrentamos por estarmos vivendo na terceira dimensão durante esta mudança planetária.

Mesmo recebendo todas as informações e mudanças de DNA necessárias, sofremos as dúvidas e as confusões, sobre muitas coisas mas, principalmente, sobre o amor e a doação de nossa energia. Por que o amor que oferecemos aos outros não está sendo recebido como gostaríamos? Por que ainda nos sentimos sozinhos? Por que ainda nos sentimos injustiçados ao sentir a “ingratidão” do outro?

Embora muitos de nós já tenhamos corpos emocionais bem desenvolvidos, ainda temos a mente soberba; não percebemos que estamos continuamente interagindo com o Cosmos, emanando e recebendo vibrações e criando nossas experiências. Assim sendo, os relacionamentos alicerçados em favor ou gratidão, geram muitos conflitos, pois ninguém gosta de se sentir um eterno devedor. Já é hora de trazer de volta para nós, os aspectos de quem somos em nossa divina consciência; seres com capacidade suficiente para agir, pensar, sentir, manifestar e compartilhar essas possibilidades nos nossos relacionamentos. Isto liberta e não transforma nossos entes queridos em reféns.

O amor consiste em dar, não em receber. Amar é um verbo e verbos implicam numa ação concreta. A ação correspondente ao verbo amar é dar-se, sem pedir, cobrar ou esperar.

Deveríamos sentir alegria simplesmente por poder fazer algo por alguém, mas, na maioria das vezes, quando essa ajuda acontece, esperamos algo em troca, mesmo que seja gratidão e nos sentimos injustiçados. Isso não é bondade! Não é amor! A bondade só faz parte do amor se for absolutamente verdadeira. A verdadeira riqueza é a presença de Deus em nós, nos indicando a alegria no doar. Muitos ainda estão presos à antiga hierarquia e cultura.

O escritor inglês A. R. Orage explica muito bem esse mecanismo. No texto "Del Amor y Otros Ensaios" (Editora Ganesha), Orage diz: "amar é se colocar conscientemente a serviço do outro, uma tarefa que exige autodisciplina, inteligência e esforço. A base do amor adulto está na infância. Ele diz que aprendemos esse sentimento na relação com a mãe (ou pai, ou quem quer que cuide da criança) e no brincar, pois na brincadeira se estabelece a confiança no outro, ingrediente básico do amor. Sem essa experiência primordial como fundamento, dificilmente se desenvolverá, mais tarde, o amor adulto e maduro entre dois seres independentes. "Ela terá de ser resgatada na terapia".

Nas dimensões mais elevadas, automaticamente desejamos que mais seres se reúnam a nós nesse compartilhar. Isso provém de uma preocupação natural e amorosa pelo bem-estar dos outros, pois o lugar sagrado onde se encontra nossa sabedoria está bem dentro de cada um de nós. Precisamos encontrá-lo e assegurar a nossa liberdade e libertar o outro, apenas amando.

Na quinta dimensão tudo é mantido em harmonia e vivemos em felicidade, nos entregamos ao compartilhar o amor um pelo outro como uma “opção de vida”; na verdade, uma maneira de ser que nos tranqüiliza. Tudo é dado livremente a todos e compreendemos que essa sabedoria é ter a certeza de que “somente doar-se sem cobrar, trará a abundância divina”. Esse é o fundamento da vida que nos aguarda.

Quando isso acontece encontramos a recompensa do amor no próprio amor e na felicidade que sentimos ao doar.Aprendemos a diferença entre amor e favor. Nossa doação não mais se transforma em “sacrifício amoroso” e aquele que o recebe não se escraviza e nem se humilha para demonstrar gratidão. Quando amamos damos o espaço necessário para poder olhar, saber o que vai dentro do coração do outro, para compreender. Amor, é a pura luminosidade que torna brilhante uma alma que ama o próximo como a si mesmo, mas, Amor sem caridade não existe, e a verdadeira caridade é modesta, simples e indulgente.

Caridade que cobra é orgulhosa e aí não existe amor e, sim, favor. No favor tudo é contabilizado para depois ser cobrado. São "dívidas" cobradas de forma sutil. Cobramos o tempo do outro, o envolvimento, a vida dedicada especialmente a nós... e, infelizmente, dessa forma, não saímos do lugar. Adiamos tudo o que realmente é importante.

O Bem Amado Mestre El Morya diz:
“Pensa nas estrelas que sempre dão sua luz à humanidade. Sê como essas estrelas e dá o teu amor, sabedoria e conhecimento aos outros.
Apenas quando tudo é dado, podemos receber.
Em Meu nome tu trabalhas; não te esqueças deste ponto. Lembra-te dele particularmente.
Onde quer que vás, leva Minha Luz contigo.
De que vale o agente que se esconde atrás de muralhas intransponíveis?
O Mestre está contigo, mas deves estar em harmonia com teus seguidores.
Não deplores teu caminho; esquece o orgulho mundano e sê aberto ao Novo. Contempla!
Deves recordar-te da centelha de Nosso Poder.
Do mesmo modo que o vagalume perde gradualmente a sua luz, fácil é também extinguir Nossa Centelha.
Aceita as lições severas com um sorriso.
Procura amar-Me e manifestar esse amor. Sabe como amar, desde que te eleves.
Só mais tarde saberás quão gentil e amorosamente Eu Me esforço para apressar tua jornada para as esferas de ação que te foram assinaladas.

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