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sábado, 23 de julho de 2011

Religião é diferente de Espiritualidade? 
Religião é diferente de Espiritualidade?



"O rótulo religioso não passa de uma experiência transitória em determinada época do curso ascensional do espírito eterno".
Ramatis


As religiões praticaram atrocidades no mundo todo, sempre em nome de Deus e da fé.
Na inquisição, filósofos e cientistas como Giordano Bruno, Copérnico e Galileu Galilei, que se opuseram à visão geocêntrica, foram perseguidos pela Igreja Católica a qual, em defesa de seus dogmas, acusou-os de heresia ou bruxaria junto de inúmeras outras pessoas, muitas das quais foram queimadas na fogueira.
Por questões religiosas, nas guerras santas, travaram-se violentas e sangrentas batalhas, onde também inúmeras vidas foram ceifadas. Atualmente, os conflitos entre judeus, cristãos e muçulmanos, no Oriente Médio, ameaçam a Paz Mundial. Com freqüência, vemos nos noticiários explosões de bombas em igrejas, mesquitas e sinagogas.
Ainda no campo religioso, vemos também o crescimento das Igrejas Evangélicas, cada uma interpretando a Bíblia do seu modo, e a crescente mercantilização da fé.

Apesar dos grandes avatares como Sidarta Gautama (Buda), Jesus, Krishna, Maomé e Moisés, entre outros, terem trazido grandes avanços à humanidade, muitos de seus seguidores acabaram deturpando a proposta original desses mestres.
No movimento espírita, no entanto, apesar do imenso respeito e de reconhecer e me identificar com as obras de Kardec, de acordo com a minha experiência no consultório com as manifestações espirituais de meus pacientes (conduzi até hoje mais de 9000 sessões de regressão), sou obrigado a discordar em parte da sua metodologia no tratamento da desobsessão espiritual.

Nos centros espíritas kardecistas, é comum os médiuns da casa não deixarem o obsidiado saber quem é o seu obsessor espiritual e o que fez com ele, ou seja, qual o prejuízo que lhe causou na vida passada. A alegação para isso é que se o obsidiado souber o que fez ao ser espiritual obsessor, irá gerar uma animosidade entre as partes envolvidas, podendo aumentar o ódio do obsessor espiritual, bem como a culpa e o remorso do obsidiado.
Em tese, essa alegação parece ter fundamento, mas, em minha prática clínica, ocorre justamente o contrário, pois quando o paciente entra em contato com o seu obsessor espiritual, conversa com ele, e fica sabendo do mal que lhe causou numa vida passada, isso facilita -e muito- o processo de reconciliação entre ambos.

Ao lhe entregar a oração do perdão -agora consciente do que lhe fez-, o paciente tende a orar com mais empenho para o seu obsessor espiritual. Sem dúvida alguma, a oração do perdão realizada de coração, com sinceridade, facilita muito a reconciliação, fazendo com que o obsessor espiritual aceite ser levado para a luz de maneira melhor. Entretanto, há casos em que o mentor espiritual não revela o que o paciente fez ao seu obsessor espiritual, pois sabe que isso não lhe será benéfico (nessa terapia, é sempre o mentor espiritual do paciente que decide se irá ou não revelar o que fez ao seu desafeto do passado, seu obsessor espiritual).
Fora isso, há ainda muitos espíritas que transformaram as obras de Kardec em uma ortodoxia dogmática, inquestionável, não aceitando outras metodologias ou ensinamentos, como por exemplo, aquelas dos grandes mestres ascensionados da Fraternidade Branca.

É importante lembrar que a Doutrina Kardecista é evolucionista e seus fundamentos também podem ser encontrados em outras religiões, em outras obras, como o Bhagava Gita, o Alcorão e outras obras orientais.
Kardec em nenhum momento orientou para que os espíritas estudassem somente aquilo que está escrito em suas obras; pelo contrário, ele deixou claro que novas matérias viriam complementar o que escreveu.
Todos os grandes mestres pregaram o desprendimento, mas o que os seus seguidores fazem é cultivar o apego, a posse do que eles falaram. Daí surgem as guerras, as ofensas, as discussões infindáveis entre diferentes religiões e doutrinas.

Todos os caminhos levam a Deus, mas muitos acham que o seu caminho é melhor do que o dos outros. No meu entender, religião e espiritualidade são coisas distintas, a começar pelas inúmeras religiões, crenças e seitas espalhadas pelo mundo, enquanto a espiritualidade é apenas uma, e para entrar em contato com a realidade espiritual, não é necessariamente obrigatório frequentar alguma religião.
As religiões são criações dos humanos, são instituições com um conjunto de regras dogmáticas; muitas falam do pecado e da culpa, ameaçam, atemorizam, não indagam, não questionam, causam divisões, disputas, alimentam o ego, enquanto a espiritualidade convida o ser humano a prestar atenção à sua voz interior (intuição), a racionar, a questionar, a ver a vida de forma relativista e não absolutista, aquela visão dicotômica do certo e errado, como comumente muitas religiões fazem. Além de todos esses benefícios, a espiritualidade traz também paz interior, é divina, sem regras, promove união, fortalece a confiança e a fé, transcende o ego e nos convida a expandir a consciência.

Por todas essas distinções, quero esclarecer ao leitor, que a TRE, é uma terapia independente, desvinculada de qualquer religião, doutrina, seita ou grupo espiritualista. Ressalto, portanto, que a TRE não é uma terapia espírita ou religiosa como muitos ainda pensam. Nesta terapia, quando o paciente conversa com o seu mentor espiritual e recebe suas sábias orientações, acerca da causa de seus problemas e sua resolução, está entrando em contato com a espiritualidade, com a realidade espiritual.

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