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sábado, 23 de julho de 2011

O SANTO SUDÁRIO !

Santo Sudário: a imagem completa de um homem cruelmente crucificado (1)


Dra. Emanuela Marinelli
Com a segurança de quem conhece em detalhes toda a história do Santo Sudário, bem como as provas de sua autenticidade obtidas em rigorosas análises científicas, a Dra. Emanuela Marinelli responde às questões levantadas pelo Sr. Julio Loredo, correspondente de Catolicismo na Itália.

E a conclusão inescapável é que a imagem impressa na sagrada relíquia ‒ que se encontra em Turim, para veneração dos fiéis do mundo inteiro ‒ corresponde à imagem completa de um homem crucificado, estritamente de acordo com as narrativas dos Evangelhos sobre a Paixão e Morte de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Emanuela Marinelli é graduada em ciências naturais e geológicas, com habilitação para lecionar Matemática, Ciências Naturais, Química e Geografia. Trabalhou como contratada pelo Instituto de Estudo de Mineralogia da Universidade de Roma em 1974 e 1975.

Leciona desde 1976 em escolas públicas, e a partir de 1981 ensina Geografia física, política, econômica e turística no Instituto Profissional para Serviços Comerciais e Turísticos Júlio Verne, de Roma. Também lecionou iconografia, iconologia e simbologia cristã na Universidade Assunção, de Orvieto.

Entre 1977 e 1985, tornou-se membro do Centro Romano de Sindonologia. Nesse centro, freqüentou o curso bienal de estudos do Sudário sobre a Paixão de Cristo, tornando-se depois professora dos referidos cursos. Após ter participado de um subseqüente curso bienal de catequese ministrado pelo Vicariato de Roma, este lhe outorgou em 1987 o diploma de catequista especializada em Catequese da Paixão.
Como professora, participou em 1987 do primeiro curso de Sindonologia, realizado em Roma pelo Santuário de Nossa Senhora do Divino Amor.

Entre 1988 e 1992, promoveu cursos de aperfeiçoamento para professores de Religião da diocese de Roma, sobre os tópicos relativos ao Sudário, tendo feito o mesmo em outras dioceses da Itália. A partir de 1977, profere conferências em diversas regiões da Itália e no exterior, escreve artigos em jornais e revistas, e participa de programas de rádio e televisão.

Veja vídeo
Santo Sudário: história
e "descoberta" fotográfica
Participou dos congressos sobre o Sudário realizados em Turim (1978), Bolonha (1981), Trani (1984), Siracusa (1987), Paris (1989), Cagliari (1990), Roma (1993), Nice (1997), Turim (1998), Richmond (1999), Rio de Janeiro (1999), Orvieto (2000), Dallas (2001), Paris (2002), Rio de Janeiro (2002) e Dallas (2005).

Em 1990, em colaboração com Orazio Petrosillo, escreveu para a Editora Rizzoli o livro La Sindone - Un enigma alla prova della scienza, traduzido para o inglês, francês, espanhol e polonês. Em 1996, para a Editora S. Paolo, o livro La Sindone, un immagine “impossibile”, traduzido para o português e o polonês.

Em 1997, para a Editora S. Paolo e em colaboração com Maurizio Marinelli, elaborou os textos para o CD-Rom Sindone viva, além de trabalhar para a sua realização. Escreveu em 1998 para a Editora Rizzoli, em colaboração com Orazio Petrosillo, o livro La Sindone - Storia di un enigma, edição atualizada daquela publicada em 1990; e para a Editora S. Paolo, em colaboração com Maurizio Marinelli, o livro Cosa vuoi sapere sulla Sindone?.

Em colaboração com Giulio Fanti, escreveu em 1999 o livro Cento prove sulla Sindone - Un giudizio probabilistico sull'autenticità. Em 2002, redigiu para a Editora Delta 3, em colaboração com Maurizio Marinelli, a obra La Sindone - Un incontro con il misterio. E em 2003, para a Editora Progetto Editoriale e em colaboração com Giulio Fanti, o livro La Sindone rinnovata - Misteri e certezze.

Ela figura entre os promotores do movimento Collegamento pro Sindone e da revista bimestral homônima, agora na internet, iniciativas para as quais trabalhou ativamente desde o início.

* * *
Abgar, rei de Edessa, recebe cópia do Santo Sudário na época de Cristo
Catolicismo — O Santo Sudário é considerado a relíquia mais importante e a mais rica prova documental dos sofrimentos da Paixão e Morte de Nosso Senhor Jesus Cristo, e até de sua Ressurreição. Foi possível reconstituir seu itinerário do sepulcro de Jesus até Turim?

Profa. Marinelli — No século II, existia em Edessa (atual Urfa, na Turquia) uma imagem especial da face de Jesus em tecido. Na Doutrina de Addaï, provavelmente do Apóstolo Judas Tadeu (uma composição siríaca que remonta ao fim do século IV), lê-se que Abgar V Ukama (o Negro), rei de Edessa na época de Cristo, estava doente.

Abgar enviou então seu arquivista e pintor Hannan a Edessa, o qual voltou dessa cidade com uma cópia da imagem de Cristo, pintada por ele, com uma carta que continha uma promessa de Jesus assegurando a incolumidade da cidade (foto ao lado).

No século VI, foi descoberta essa imagem da face de Jesus em tecido (acheropita, ou seja, que não foi feita por mãos humanas), dita Mandylion (lenço).

Em 944, após intenso assédio, os bizantinos arrebataram o Mandylion da autoridade islâmica do sultanato árabe de Edessa, e no dia 15 de agosto a relíquia chegou a Constantinopla.

Numerosas testemunhas e descrições relacionam o Mandylion com o Sudário, e com toda probabilidade ele era o próprio Sudário dobrado de outra maneira, permitindo que se visse somente a face.

Em 1204, Roberto de Clary, cronista da IV Cruzada, em sua obra A conquista de Constantinopla, registra que logo após a queda de Constantinopla em mãos dos cruzados ocidentais (14 de abril de 1204), um Sudário era exposto toda sexta-feira na igreja de Santa Maria de Blachernae; e que sobre aquela tela a figura de Cristo era claramente visível.

Santo Sudário e Cristo Pantocrator do mosteiro de Santa Catarina no Sinai, século V
E acrescenta: “Mas ninguém sabe o que terá acontecido com o Lençol depois de conquistada a cidade”.

Em 1205, Teodoro Angelo-Comneno, irmão de Miguel I, déspota de Epiro e sobrinho de Isaac II, imperador de Bizâncio quando do assédio da cidade pela Cruzada latina, afirma que o Sudário se encontrou em Atenas.

Em 1208, Pons de la Roche doou ao arcebispo de Besançon, D. Amadeus de Tramelay, o Sudário que seu filho Othon de la Roche, duque latino de Atenas, lhe havia enviado de Constantinopla.

Em 1314, os Templários (ordem de cavalaria de cruzados) foram condenados como hereges, sob a acusação de praticar um culto secreto a uma face que parece ter sido reproduzida do Sudário. Um deles chamava-se Geoffroy de Charny.

Em 1356, Geoffroy de Charny, cavaleiro cruzado homônimo do precedente, arrebatou o Sudário dos cônegos de Lirey, localidade próxima de Troyes, na França. A preciosa tela permaneceu em sua posse pelo menos três anos. Sua esposa, Jeanne de Vergy, é bisneta de Othon de la Roche.

Passou pela mão dos templários
Em 1453, Margarida de Charny, descendente de Geoffroy, cedeu-o a Ana de Lusignano, mulher do duque Ludovico de Sabóia, que passou a custodiá-lo em Chambéry.

Em 1532, a urna de madeira revestida de prata, que guardava o Sudário na Santa Capela do castelo dos Sabóia, teve um dos lados arrebentado, sofrendo a relíquia danos notáveis.

Em 1578, o rei Emanuele Filiberto transferiu o Sudário para Turim a fim de abreviar a viagem de São Carlos Borromeu, que desejava venerá-lo para cumprir um voto. Este é o itinerário conhecido do Santo Sudário.

Catolicismo — Quais são as características do tecido do Sudário?

Ampliação do tecido
Profa. Marinelli — É um grande lençol de linho marcado pelo tempo. A manufatura rudimentar do tecido, a torção dos fios em Z (em sentido horário), a textura em diagonal 3 por 1, a presença de traços de algodão egípcio antiqüíssimo, a ausência de traços de fibra animal ‒ tudo isso torna verossímil a origem do tecido na área sírio-palestina do primeiro século.

Outros indícios importantes de autenticidade: grande abundância de pólen de origem médio-oriental, de aloé e mirra; presença de um tipo de carbonato de cálcio (aragonite) similar ao encontrado nas grutas de Jerusalém; uma costura lateral idêntica à existente nos tecidos hebraicos do séc. I provenientes de Masada, um local vizinho do Mar Morto.

Franco Testore, professor de tecnologia têxtil do Politécnico de Turim, sublinha que esse tipo de textura já era bem conhecido no Egito em 3400 a.C. E
Uma das flores identificadas: variedade de crisântemo

Pietro Savio, arquivista do arquivo secreto do Vaticano, publicou em 1973 as fotografias das guarnições em espinha de peixe das duas cruzes funerárias encontradas na necrópole de Antinoe (Alto Egito, início do século II).

Mechthild Flury-Lemberg, especialista em tecidos, nota que nos tecidos judaicos descobertos em Masada (atualmente no Estado de Israel) é documentada, no período compreendido entre 40 a.C. e a queda de Masada em 74 d.C, uma especial tipologia da borda igual àquela presente no Sudário.

Além disso, a costura longitudinal que une o tecido do Sudário à linha lateral assemelha-se a fragmentos de tecido das citadas descobertas de Masada.

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